quarta-feira, 29 de junho de 2011

Reflexões não-jurídicas: eu quero uma lata de lixo!



         Então, o blog é para falar sobre as peripécias de uma jovem advogada, desta jovem advogada que vos escreve. Acontece que hoje vivenciei uma situação que além de me deixar com uma baita dor muscular, deixou-me um pouco revoltada.

         Pois bem. Quem mora em Bayeux sabe que aqui só temos uma “grande” avenida. Acho que a única rua movimentada de minha cidade. Como todos sabem, se não sabem ficarão sabendo agora, meu escritório fica nesta avenida. É um lugar desorganizado – não meu escritório, a avenida – como quase toda a cidade.

         Próximo ao meu escritório fica uma pequena assistência técnica onde eu compro e reciclo os cartuchos da minha impressora. Eu havia feito o pedido de um novo cartucho, estava demorando, resolvi caminhar até a assistência e saber o que estava acontecendo.

         Estava eu mascando um chiclete. Na metade do caminho a goma perdeu o gosto. Decidi jogar fora. Retiro do meu bolso a embalagem da goma, sempre as guardo para que no fim possa embalar a goma mascada e jogar fora. Questão de higiene.

         Acontece que ao olhar ao meu redor eu procuro uma lata de lixo. Procuro nos postes de luz, nas esquinas, onde geralmente colocam aqueles coletores de lixo.

         Ainda com o chiclete na boca, guardo a embalagem na esperança de encontrar alguma lata de lixo durante minha caminhada.

         Nesta altura, o chiclete já havia perdido o gosto e a maciez. Tento não mais mastigá-lo. Mas, minha ansiedade me impede. Continuo a mastigar, não por prazer de sentir o gosto da goma, mas por ansiedade. Se torna um exercício difícil. Meu maxilar começa a doer. Se não me engano, acho até que senti alguns estalos. Continuo a olhar a meu redor. Procuro alguma lixeirinha verde, laranja, vermelha, cor-de-rosa com bolinhas pretas, enfim... qualquer que fosse a cor!

         Chego à assistência. Observo o local e vejo que lá também não há nenhuma lixeirinha. Um certo desespero toma conta de minha mente. Começo a mastigar mais rápido. É involuntário, não consigo controlar. Meu maxilar dói ainda mais.

         Resolvo meu problema do cartucho e saio da assistência fazendo o mesmo caminho de volta, ainda na esperança ingênua de encontrar uma simples lata de lixo.

         Algo tão simples, que em Bayeux se torna tão complexo. Eu só queria jogar meu chiclete fora. Nada demais, mas que se torna uma dura tarefa na terra dos...

         É uma reflexão nada jurídica. Ou até pode ser: o direito ao meio ambiente saudável e a obrigação do Poder Público de disponibilizar latas de lixo.

         Bom, se alguém ainda quer saber, consegui jogar o chiclete fora. Após embalá-lo, joguei na lixeirinha do meu escritório.
        

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