terça-feira, 31 de maio de 2011

Vidinha boa aperreada

Advogar, estudar e ainda dar aulas é coisa para louco.

Começo a concordar com algumas pessoas que dizem que eu não giro bem do juízo.

Pena que essa falta de tempo me obrigue a abandonar meu blogzinho, tão novinho e essa 'mãe' desnaturada já o abandona. Trágico!

Bom, eu acho que estou precisando urgentemente de um estagiário.

Meu sonho é ter um estagiário, vingar-me de tudo que fizeram comigo quando ocupei este cargo.

 - Mas, Doutor... eu não CONSIGO estar em duas audiências no mesmo horário e no fim ainda fazer cargas de 30 processos cada um com 4 volumes.

- Ah, minha filha! Quem quer "crescer na vida" tem que se sacrificar, correr atrás. O mundo não está fácil.

Era ruim, mas foi bom! =D

Bom, acho que eu estou precisando de estagiário. De preferência um bonito, alto, forte, inteligente, educado, cavalheiro. Nem precisa ser tão bonito, ter semelhanças físicas com

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A culpa é do advogado!

Bem rapidinho, hoje quero externar uma indignação.
TODO MUNDO sabe que o Poder Judiciário de nosso país não é lá um dos mais céleres.
Confesso que tenho me surpreendido com a celeridade de algumas varas. Aqui em Bayeux mesmo tem uma Vara que é exemplar. Em JP, o 1º Juizado é de dar gosto. Porém,  não me pergunte por que, algumas varas e comarcas demoram séculos  para concretizar simples atos (depois falarei sobre isto). Vamos dar a César o que é de César.
De fato,  algumas ações, em virtude da complexidade do direito em questão, por si só já são demoradas. Confesso que outras vezes, principalmente em demandas que envolvem vultuosas cifras, os advogados exageram nos recursos, embargam até se o juiz esqueceu de colocar o ponto final na sentença.
Mas, gente! É sério! Não quero esgotar aqui os motivos que levam nosso Judiciário ser lento. Não sei se é em virtude da lei, se é pela má vontade de servidores e juízes, se é pela falta de equipamentos, enfim, nunca quis e nem me interesso em estudar a temática, só sei o que todo mundo sabe: A Justiça é lenta!
Acontece que 99% das pessoas que tenho atendido me perguntam: E aí ‘dotôra’ quando acaba?! Bom, acho que já disse em outra oportunidade que não sou vidente. Pois então, não dá pra precisar a data e hora certa que o juiz sentenciará. O que dá, e isto eu faço, é saber, levando em consideração o tipo da demanda e a dinâmica da Vara em que ‘caiu’ o processo, uma média de quando, possivelmente, pode ocorrer a sentença. Nesta ‘média’, não são levadas em consideração aspectos como férias do magistrado e coisas semelhantes. Ou seja, é só uma média, obtida pura e simplesmente pela práxis, que não base em nenhum argumento científico e que pode não ocorrer da forma prevista.
Tenho percebido que os leigos acham que advogado bom é aquele que ‘termina logo o processo’. Sinceramente, acredito que esta visão se dá pelo fato de alguns profissionais ‘esconderem’ as verdadeiras informações aos clientes. Por exemplo, outro dia fiz um excelente acordo em um processo. Em virtude do acordo o processo não passou pela fase instrutória etc e tal. Desta maneira, ‘a grana’ saiu logo. Daí, esse cliente, super-hiper-mega satisfeito, indicou meu nome para outra pessoa que tinha um caso semelhante ao dele. Qual não foi minha surpresa quando esta segunda pessoa me ligou e disse: “’Dotôra, quero que a senhora pegue minha causa porque ‘seu fulaninho’ disse que a senhora acaba logo com o processo.”
Putz! É sério! Pense em uma confusão para explicar a ela que no caso dele houve um acordo e no dela, poderia não ocorrer.
Sabe o que é? É que as pessoas acham que tudo é culpa do advogado. É sério! A culpa da fome do mundo?! É do meu advogado que não me liga (as pessoas querem que o advogado as liguem todos os dias. Pergunto eu: pra quê?) A culpa da guerra do Iraque?! É do advogado que não faz meu processo andar. A culpa pela proliferação da AIDS?! É do advogado que me cobrou para fazer um papel.
Gente, eu morro de explicar que a atividade da advocacia é uma ATIVIDADE DE MEIO. O Advogado, como dito várias vezes, tem a obrigação de ser zeloso e diligente, mas ele não pode e nem deve garantir o resultado. Fala sério!
Bom, tenho mais coisas para falar sobre o assunto, mas estou de saída do escritório. Hoje foi um dia bem produtivo. Gosto de dias assim! Quem não gosta, né?!
Vou-me indo comer, descansar e depois  ESTUDAR.
Nunca esqueça: mesmo que você seja um advogado, é possível ser feliz!

sábado, 7 de maio de 2011

Advogado: Essencial a Justiça ou vidente?

Hoje estou feliz! HONORÁRIOS é uma palavra que traz muitas felicidades ao advogado!
Mas, enfim. Não vou me prolongar muito, só vou relatar um caso engraçado que aconteceu comigo.
Uma senhora marca uma consulta. Ok! Agendo e no dia e hora marcado, aguardo-a.
- Bom dia, Dona fulaninha! Conte-me em que posso ajudá-la!
- “Dôtora”, sabe o que é? É que eu queria saber como faço para saber se meu marido vendeu uns terrenos  que tenho.
- Ok! A senhora vai até o cartório de imóveis da localidade e pede uma certidão de inteiro teor.
- Mas, “dôtora”, e se ele vendeu “de boca”, tem como a senhora ver pra mim?!
Ei, sério! Nesta hora eu pensei em dizer: Minha senhora, a senhora tá vendo aqui na minha mesa uma bola de cristal, cartas, borra de café, búzios e ‘numseimaisoque’?!
Bom, pacientemente eu expliquei da anulabilidade do negócio caso ocorresse sem o consentimento dela, enfim...
É fogo,viu?! Haja paciência! Como se não bastasse, no final ainda pergunta se tem que pagar a consulta. CLAAAAAAARO que tem que pagar a consulta, oras! Quase dizia: “A senhora tomou metade da minha manhã falando de seus problemas pessoais e ainda quer ir embora sem pagar?”.
Bom, acontece, né?! Vivendo e aprendendo, advogando e se tornando cada vez mais advogada!
Nunca esqueça: mesmo que você seja uma jovem advogada, é possível SER FELIZ! =D

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Como cobrar: Uma dúvida constante na vida do jovem advogado.

                Então, parece brincadeira, mas acredito que não sou a única jovem advogada que fica entre a cruz e a espada quando chega a hora de cobrar.
                Para quem não sabe, a OAB tem uma tabela de preços mínimos que temos por obrigação ética cobrar pelo menos o que ela prevê. Claro,  no momento de cobrar temos que verificar diversos fatores, tais como a complexidade da causa, poder aquisitivo do cliente etc e tal.
                Ocorre que É SEMPRE DIFÍCIL. Sempre, sempre mesmo! Principalmente quando espalharam por aí essa cultura abominável de que advogado só ganha ($) se no final da demanda sair algum dinheiro. Ou seja, “todo mundo” acha que o advogado é obrigado a SEMPRE estabelecer um contrato de risco.
                Imagina se o médico só cobrasse no final do tratamento, caso o paciente ficasse curado.  Imagina se o padeiro só cobrasse depois que você dissesse se gostou ou não do pão.  Todo mundo pode cobrar pelo seu trabalho sem ser xingado de ladrão, mas o advogado quando diz “é tanto” parece que tá espancando alguém ou lhe surrupiando a carteira.
                Bom, para quem não sabe, um processo demanda muuuuuuito trabalho. São petições, observação rigorosa de prazos, audiências. Idas e vindas ao fórum. Diligências. PACIÊNCIA perdida quando o cliente liga querendo saber do processo e reclamando porque não ligamos para ele para avisar que o processo “tá na mão do juiz, saiu da mão do juiz”. É sério! Se houve recurso, se o juiz pediu alguma informação, etc o cliente não pode fazer absolutamente nada, se for necessário, o advogado procurará o cliente. Uma coisa é certa: Quando necessário, o advogado procurará o cliente. NÃO, não esquecemos, ou pelo menos eu não esqueço de um processo, apenas é humanamente impossível lembrar de todos. Quando precisa-se lembrar de algum, uma coisinha chamada diário de justiça, o jornalzinho que leio todos os dias, me avisa. Ok?!
                Enfim, são meses de duro trabalho que PRECISA ser remunerado,ok?! Ou vai dizer que você trabalha de graça?! Se sim, me passa seu contato,  quando eu precisar já sei quem procurar! O que quero dizer com isto?! Gente, nem sempre o advogado ‘só recebe a grana quando ganha’. Isso é mentira! É coisa do anjo mau inimigo dos advogados! Não caiam nessa!
                Outro dia, em uma ação de exoneração de alimentos, o papai me perguntou: ’Dotôra’, lhe pago quando a gente ganhar, né?! Eu, prontamente, respondi: Não! O senhor me paga agora, ou posso lhe dar um prazo de até 15 dias, caso o senhor não tenho os valores agora. É fogo, viu?! Deu vontade de jogar ele pela janela do escritório e perguntar depois de foi bom para ele. SACO!
                Olha, as vezes é possível e até vantajoso estabelecer um contrato de risco.  Contudo, porém, todavia, as pessoas têm de entender que a atividade da advocacia é uma atividade de MEEEEEEEIO. “O que é isso ‘dôtora’?” Gente, o advogado é obrigado a ser o mais diligente e zeloso possível quando estiver atuando em uma causa (sim, eu me desvisto da modéstia para dizer que isto eu sou...rsrs), mas, JAMAIS, NUNCA vamos poder garantir o resultado.
                De fato, é possível, em algumas demandas, observando o posicionamento dos tribunais, a ‘qualidade do direito’ do cliente, prevê um resultado. Mas, essa historinha de ‘causa ganha’ é balela. Não acredito nisso. Acredito em um bom direito e na grande possibilidade de êxito.
                Então. Eu tenho me baseado muito pela tabela da OAB, mas, devo confessar que as vezes fico na dúvida. Tenho medo de cobrar demais. Mas, sabe o que é pior?! Descobri recentemente que cobro de menos. Isso pode?! Fiquei REVOLTADÍSSIMA! Não! Eu não menosprezo nem desvalorizo o trabalho do advogado. Eu sei exatamente o quanto é trabalhoso ser advogado e a nobreza de nossa profissão. É que, por pura falta de experiência, confesso que até mesmo por um sentimento de pena, dó, compaixão, ‘seiláoque’, eu NÃO ‘queria explorar’. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que EU ESTAVA SENDO EXPLORADA?! Geeeeeente! É sério! Rsrs
                Bom, mas é isso aí. Acontece! Vivendo e aprendendo. Advogando e se tornando cada vez mais advogada.
                E nunca esqueça: Mesmo que você seja advogado, é possível ser feliz!