quarta-feira, 18 de maio de 2011

A culpa é do advogado!

Bem rapidinho, hoje quero externar uma indignação.
TODO MUNDO sabe que o Poder Judiciário de nosso país não é lá um dos mais céleres.
Confesso que tenho me surpreendido com a celeridade de algumas varas. Aqui em Bayeux mesmo tem uma Vara que é exemplar. Em JP, o 1º Juizado é de dar gosto. Porém,  não me pergunte por que, algumas varas e comarcas demoram séculos  para concretizar simples atos (depois falarei sobre isto). Vamos dar a César o que é de César.
De fato,  algumas ações, em virtude da complexidade do direito em questão, por si só já são demoradas. Confesso que outras vezes, principalmente em demandas que envolvem vultuosas cifras, os advogados exageram nos recursos, embargam até se o juiz esqueceu de colocar o ponto final na sentença.
Mas, gente! É sério! Não quero esgotar aqui os motivos que levam nosso Judiciário ser lento. Não sei se é em virtude da lei, se é pela má vontade de servidores e juízes, se é pela falta de equipamentos, enfim, nunca quis e nem me interesso em estudar a temática, só sei o que todo mundo sabe: A Justiça é lenta!
Acontece que 99% das pessoas que tenho atendido me perguntam: E aí ‘dotôra’ quando acaba?! Bom, acho que já disse em outra oportunidade que não sou vidente. Pois então, não dá pra precisar a data e hora certa que o juiz sentenciará. O que dá, e isto eu faço, é saber, levando em consideração o tipo da demanda e a dinâmica da Vara em que ‘caiu’ o processo, uma média de quando, possivelmente, pode ocorrer a sentença. Nesta ‘média’, não são levadas em consideração aspectos como férias do magistrado e coisas semelhantes. Ou seja, é só uma média, obtida pura e simplesmente pela práxis, que não base em nenhum argumento científico e que pode não ocorrer da forma prevista.
Tenho percebido que os leigos acham que advogado bom é aquele que ‘termina logo o processo’. Sinceramente, acredito que esta visão se dá pelo fato de alguns profissionais ‘esconderem’ as verdadeiras informações aos clientes. Por exemplo, outro dia fiz um excelente acordo em um processo. Em virtude do acordo o processo não passou pela fase instrutória etc e tal. Desta maneira, ‘a grana’ saiu logo. Daí, esse cliente, super-hiper-mega satisfeito, indicou meu nome para outra pessoa que tinha um caso semelhante ao dele. Qual não foi minha surpresa quando esta segunda pessoa me ligou e disse: “’Dotôra, quero que a senhora pegue minha causa porque ‘seu fulaninho’ disse que a senhora acaba logo com o processo.”
Putz! É sério! Pense em uma confusão para explicar a ela que no caso dele houve um acordo e no dela, poderia não ocorrer.
Sabe o que é? É que as pessoas acham que tudo é culpa do advogado. É sério! A culpa da fome do mundo?! É do meu advogado que não me liga (as pessoas querem que o advogado as liguem todos os dias. Pergunto eu: pra quê?) A culpa da guerra do Iraque?! É do advogado que não faz meu processo andar. A culpa pela proliferação da AIDS?! É do advogado que me cobrou para fazer um papel.
Gente, eu morro de explicar que a atividade da advocacia é uma ATIVIDADE DE MEIO. O Advogado, como dito várias vezes, tem a obrigação de ser zeloso e diligente, mas ele não pode e nem deve garantir o resultado. Fala sério!
Bom, tenho mais coisas para falar sobre o assunto, mas estou de saída do escritório. Hoje foi um dia bem produtivo. Gosto de dias assim! Quem não gosta, né?!
Vou-me indo comer, descansar e depois  ESTUDAR.
Nunca esqueça: mesmo que você seja um advogado, é possível ser feliz!

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