sexta-feira, 22 de abril de 2011

A formação de um Advogado e um pequeno intróito sobre os tipos de advogados

Hoje em dia virou moda estudar Direito. São raros os que procuram o curso por vocação. A maioria deseja o ‘status’ mencionado no post anterior, que na verdade não passa de uma lenda. No final, vocacionado ou não, todo mundo acaba se formando.

Eu costumo dizer que Direito é um curso muito democrático. Você não precisa ser vocacionado a estudar Direito, qualquer um com o mínimo de capacidade interpretativa e vontade de ler estuda. Calma! Não estou menosprezando meu curso nem muito menos me contradizendo. A vocação deve sim existir para àqueles que desejam EXERCER o Direito. Juízes, Promotores, Advogados, Delegados, enfim... quem deseja exercer o Direito em alguma profissão jurídica deve sim ser vocacionado. Mas, volto a repetir, para se terminar o curso de Direito e se tornar um Bacharel em Direito, não precisa de vocação, apenas um pequeno esforço, e nem isso as vezes, já que hoje a mercantilização do ensino jurídico proporciona situações nada educativas nos meios “acadêmicos”, mas, deixemos este tema para outro post.

Com o ‘canudo’ na mão (sem duplo sentido, ok?), começa a saga rumo a OAB. Uns dizem que o exame da Ordem é inconstitucional, outros afirmam que não passam de reserva de mercado e outros simplesmente passam. Me incluo no último grupo.

Não sei o porquê dos bacharéis implicarem tanto com o exame da Ordem. Gente! É séeerio! Não tem nada demais. No máximo que pode ocorrer é alguém “muito inteligente” tentar fraudar, o exame ser cancelado e no fim os candidatos terem que fazer duas ‘segundas fases’ e serem tratados como verdadeiros idiotas marginais incapazes de passarem no exame da Ordem (qualquer semelhança com o exame 2009.3 é mera coincidência).

20% dos que fazem a prova passam no exame. São advogados! A família, os amigos, os vizinhos, todo mundo feliz porque agora você é advogado! Só que ninguém sabe que os teus 05 anos de estudo na universidade e a tua aprovação na prova da OAB não fizeram de você um ADVOGADO. Não, gente! Não fazem mesmo!

Hoje em dia estão vomitando advogados e não formando advogados. Quer dizer, não se isto é um fenômeno específico da nossa era. Eu suspeito que isto sempre tenha acontecido. Sabe por que? Porque advogado só se forma na EXPERIÊNCIA. Tudo bem que eu também suspeito que antigamente, quando só quem fazia Direito eram pessoas inteligentes, o Bacharel terminava o curso bem próximo de ser um advogado.

Bom, após a aprovação na OAB, nascem a partir daí três espécies de advogados: 1) Os vocacionados, que são divididos em outras espécies a serem comentadas em momento oportuno; 2) Os empurrados pela família; 3) Os sem opção.

Os vocacionados vou deixar para comentar depois.

Os empurrados pela família geralmente é aquele cara que queria ser músico ou antropólogo pesquisador de alguma aldeia indígena não civilizada no norte do país, mas que, pelo fato do pai ter construído um renomado escritório, acaba sendo obrigado pela família a seguir os mesmos passos do pai.

Os sem opção geralmente são aqueles concurseiros que não têm paciência de esperar “o seu dia”, se é que ele existe, ou que sabe mesmo que não conseguem passar em um concurso público e por ter uma família pra sustentar ou não ter mais tempo para mudar de profissão, acabam caindo no mundo da advocacia.
No final quase todos pensam do mesmo jeito. A grande diferença entre os dois últimos é que o primeiro sempre vai reclamar de bolso cheio e o segundo por estar cheio de trabalho.

Um comentário:

  1. Dany, em toda profissão só se aprende com prática, eu mesma vejo como eu era e como estou com o passar dos anos. E não, os de antigamente não são melhores ou mais inteligentes que os de atualmente, já tive várias experiências com os Dotôres AdEvogados de antigamente quando nem exame da ordem era preciso (que aliás, acho necessário para o mercado não ficar cheio de péssimos profissionais, que como você mesma falou, acabam se formando pelo caráter mercantilista que se tornou o ensino hoje em dia).

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